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ICVS/3B's researchers wins Novo Banco Inovação Award with Project Hydrustent, the major innovation award in Portugal
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ICVS/3B's researchers wins Novo Banco Inovação Award with Project Hydrustent, the major innovation award in Portugal

Published, Dec 02 2015

Investigadores do ICVS/3B’s da UMinho vencem o Grande Prémio do Concurso Nacional de Inovação do Novo Banco

Uma tecnologia desenvolvida no laboratório associado ICVS/3B’s da Universidade do Minho venceu o Grande Prémio da 11.ª edição do Concurso Nacional de Inovação do Novo Banco. A inovação premiada consiste no desenvolvimento de stents (cateteres) urológicos degradáveis, à base de materiais de origem natural, processados com metodologias inovadoras, que permitem atingir um conjunto de propriedades que os tornam mais atrativos para a sua introdução na prática clinica.

Este desenvolvimento científico permitirá possivelmente vir a evitar mais de 240 mil intervenções médicas por ano no mundo, dado o evitar-se uma segunda intervenção para remover o stent, reduzindo o custo do tratamento em cerca de 60%, e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A cerimónia de entrega do Prémio é esta terça-feira, dia 1, às 11h30, no Espaço Novo Banco, em Lisboa.

O projeto “HydrUStent”, já protegido por um grupo de patentes, baseia-se no desenvolvimento de cateteres poliméricos produzidos a partir de uma combinação de materiais de origem natural. Estes materiais plásticos têm vantagens sobre outros utilizados atualmente para a produção deste tipo de stents, pois são biodegradáveis, biocompatíveis e reduzem o risco de adesão bacteriana, diminuindo o número de infeções e facilitando o processo cirúrgico que não é alterado relativamente ao procedimento usado atualmente na prática clinica. Os novos cateteres são produzidos à base de hidrogéis e constituídos em 94% por água. Os primeiros testes de validação in vivo foram realizados com grande sucesso num modelo animal. A equipa de investigação engloba um grupo de cientistas, com formação em biomateriais, engenharia e em medicina, sendo coordenada por Rui L. Reis, e contanto ainda com Ana Rita Duarte, Alexandre Barros, Estevão Lima e Jorge Correia Pinto, todos do laboratório associado ICVS/3B’s da UMinho.

O projeto premiado pretende desenvolver cateteres urológicos degradáveis, produzidos de forma a ir ao encontro das necessidades dos pacientes e evitar uma segunda cirurgia, que é neste momento obrigatória para a remoção do cateter. Os cateteres uretais têm uma ampla gama de aplicações, sendo geralmente aplicados no uréter para assegurar o fluxo de urina, que pode estar comprometido, por exemplo, na presença de uma pedra no rim ou no uréter, com enorme dor para o paciente. Este método é na maioria das vezes utilizado como uma medida temporária para evitar danos no rim bloqueado até que as pedras sejam removidas. Os novos stents, devido ao processo único como são produzidos, são capazes de inchar de um modo controlado, assegurando que o lúmen mantenha o diâmetro inicial.

No caso dos cálculos renais, o tempo de permanência do cateter é tipicamente de 10 a 15 dias. A utilização de uma metodologia de reticulação iónica, e de métodos de processamento que incluem fluídos supercríticos, promove uma degradação homogénea do material ao longo desse período de tempo que o diferencia de outros cateteres degradáveis em estudo em outros locais. O cateter degrada-se por dissolução do material na própria urina, mantendo o lúmen aberto (há uma diminuição da espessura do mesmo ao longo do tempo).

Uma nova geração de cateteres urológicos

As principais complicações dos cateteres ureterais prendem-se com a deslocação ou migração, infeção e bloqueio por deposição de cristais ou incrustação. Praticamente 100% das pessoas que têm um cateter urológico são propensas a desenvolver uma infeção bacteriana em 30 dias, aumentando significativamente a morbilidade e diminuindo a qualidade de vida. “As limitações e desvantagens dos cateteres existentes são a nossa grande motivação para conceber novos sistemas urológicos degradáveis com base em polímeros naturais, os quais apresentam biocompatibilidade inerente, propriedades antibacterianas e podem ser desenvolvidos de acordo com as especificações de cada paciente”, explica Rui L. Reis. “As características de um cateter temporário ideal incluem, ainda, a sua fácil colocação sob anestesia local, a redução de efeitos secundários locais e um baixo risco de migração”, continua. O dispositivo também deve ser degradável para reduzir a necessidade de uma intervenção cirúrgica posterior.

A versatilidade da técnica e a possibilidade de incorporação de fármacos que possam ser libertados de forma localizada no organismo alargam o mercado de aplicações deste dispositivo médico. Esta nova geração de cateteres urológicos visa melhorar a qualidade da terapia, reduzir o incómodo produzido nos pacientes e o número de cirurgias, otimizar a utilização dos recursos médicos que hoje em dia estão alocados às segundas cirurgias para remoção dos cateteres, bem como limitar os respetivos custos hospitalares avaliados entre 700 e 1800 euros/paciente. “A comercialização e implementação desta tecnologia traduz-se num avanço extremamente benéfico para a comunidade médica, os pacientes e as empresas da área. Estamos à procura de investidores, existindo já alguns interessados em promover os ensaios pré-clínicos e clínicos que permitam a sua certificação e introdução na prática clinica. Na fase de comercialização aprofundaremos parcerias com grandes multinacionais que operam neste mercado”, realça Rui L. Reis.

Esta não é a primeira vez que o Grupo 3B’s vence um prémio BES ou Novo Banco Inovação. Em 2007 ganhou o prémio da fileira florestal com o projeto “Novos Materiais Compósitos Cortiça-Polímero” e em 2010 arrecadou o Grande Prémio com o trabalho “Aprender com a natureza para produzir partículas esféricas carregadas com medicamentos ou células”. O Grupo esteve ainda envolvido, em 2012, no projeto vencedor “Porto Knee System”, resultante da sua constante colaboração com a Clínica Espregueira-Mendes (Estádio do Dragão).

www.hydrustent.com 

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